terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FELIZ ANO 2014!

E assim, acaba o ano de 2013. Um ano que foi de recordações boas e más, um ano que pessoalmente não me posso queixar, passou calmo, produtivo, mas com muitas convulsões sociais por este mundo fora e que não deixa ninguém indiferente.
Foi um ano de tristeza e alegria, de riso e de lágrimas para muitos... Está a terminar e as esperanças renovam-se, como se renova o novo ano que entra, pois a vida continua e o melhor é não olhar para trás e sim, para a frente, com um sorriso para que tudo corra pelo melhor.
Desejos para 2014? O costume... Paz, Amor, Saúde... o normal da época... tudo o que possa ajudar o mundo a voltar a girar como eu gosto...

Deixa o mundo girar para o lado que quer
Não o podes parar, nem tens nada a perder
Estás de passagem...
Não o leves a mal se te manda avançar
Talvez seja um sinal que não podes parar
Estás de passagem...
Vai aonde queres
Sê quem tu quiseres
Estende a tua mão
A quem vier por bem

FELIZ ANO 2014!!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Tenho saudades da Inocência do Natal

Esta época que vivemos, o Natal, é feito de encontros, de partilha, de amor, de comunhão familiar. As famílias juntam-se, partilham e recordam com saudade, vidas vividas, momentos importantes, histórias engraçadas.
Recordo que nessa época, viviamos com o mais profundo dos sentimentos, de partilha com quem mais gostámos, sem reservas, sem medos, sem sentimentos negativos, com alegria e com muito pouco, havia fartura.
Ainda recordo com saudade os Natais da minha infância, em que não tinha noção da realidade, da responsabilidade e da dureza da vida. Eram Natais mágicos, não só pela ilusão da chegada do Pai Natal ou do Menino Jesus, mas também pelos momentos vividos na presença de toda a família.
Saudades de esperar o Menino Jesus, que trazia os presentes na Noite, que era a mais bela, mais luminosa e ao mesmo tempo a mais calma. De escolher os sapatos melhores que tinha para colocar no fogão e limpá-los bem limpos, a ver se as prendas eram mesmo as que tínhamos pedido depois de escolher nos "reclames", que passavam nessa altura na TV.
Depois, já mais tarde, procurarmos as prendas junto à árvore de Natal, que afinal eram os nossos pais que compravam, mas que fingíamos que acreditávamos ser o gorducho barbudo quem as levava...
Saudades do cheiro, dos bolos "de família" e "de mel" e as broas que roubávamos da mesa, porque afinal era a Festa.
Todos os anos tirávamos da caixa de madeira, religiosamente guardadas, as bolinhas para enfeitar a árvore de natal, que o meu pai pacientemente electrificava com luzinhas multicolores. Depois colocávamos o anjo e a estrela no cimo do presépio, enfeitado com figurinhas de barro, montes feitos com musgo verdadeiro que íamos buscar a uma quinta próxima... cada figura, tinha uma história que o meu pai todos os anos repetia...
Saudades das disputas com a minha irmã e com o meu pai, a ver quem mais decorações colocava na árvore, cujo pinheiro verdadeiro era sempre negociado uma semana antes da noite de natal. Ai o cheiro dos ramos verdes, que saudades!
Saudades das jarras enfeitadas de azevinho por toda a casa...saudades do cheiro da carne em vinha d’alhos a marinar para o almoço do dia de natal... saudades do cheiro a fritos das rabanadas e sonhos, dos risos vindos da cozinha... a vinda dos tios, da minha prima, dos meus irmãos... Afinal tudo era especial, era o amor da família, a união... porque estávamos com quem amávamos, porque o natal é isso mesmo, Natal é família! Estarmos com quem amamos... agora, no meu coração, mora apenas a lembrança de todos os que partiram. Tenho saudades...
O Natal mudou muito. No meu caso, até a família mudou. Já não tenho os tios, nem os meus pais. Mas nas minhas memórias ainda vejo os meus natais feitos de encontros, brincadeiras, refeições, conversas, abraços, sonecas e em alguns lugares, lareiras, casacos, tocas e luvas.
O Natal deve ser transmitido pelas gerações para repassar os momentos mágicos de uns para os outros, para que todos possam sonhar sobre aquilo que é importante nesta data.
Que neste natal se encontre no meio de pessoas que ama e que o amam!
Grave cada cheiro, cada momento em que convive com a sua família para que as suas memórias sejam repletas de momentos únicos e inesquecíveis.

FELIZ NATAL!



sábado, 21 de dezembro de 2013

Triste tristeza...

Por muitos anos que vivemos, há coisas que nunca vamos perceber: a mente humana!
O ideal seria termos todos um botão de “delete” para apagarmos o que nos magoa para esquecer as “nódoas negras”, os medos, as mágoas, a revolta e seguirmos em frente sem nos lembrarmos das atitudes que nos ferem, que nos magoam, principalmente vindo daqueles que amamos e que em princípio, deviam também de nos amar e principalmente respeitar.
Infelizmente não é nada disso que acontece... há cada vez mais desamor pelo próximo e, principalmente, de quem é mais próximo.
Por isso, guardamos para sempre no fundo da nossa alma, as nossas mágoas, os nossos ressentimentos, os nossos medos... para sempre ficam as lembranças do mal que nos fizeram, dos sentimentos piores que sentimos...
Ficamos tolhidos na emoção, na incapacidade de acordar quem nos maltrata, não racionalizamos da forma mais correcta... dramatizamos tudo mais e damos uma importância gigante às atitudes que tiveram connosco e que consideramos não merecer…
Resmungamos quando as coisas não acontecem como queremos, revoltamo-nos como crianças e ficamos a remoer até à exaustão os pensamentos que nos chegam negativos.
Resta-me esperar... ter paciência... aguardar que todas as minhas feridas sarem da melhor forma, para que eu não me torne uma criatura azeda e descrente da raça humana.
Quero acreditar que nós, os humanos, somos recuperáveis no sentido da bondade e que as atitudes que nos magoam, sejam apenas parte de uma defesa de instintos e não de crueldade e egoísmo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

As praxes académicas

Com a tragédia da praia do Meco, Sesimbra, onde morreram seis jovens no passado dia 15 de Dezembro, volta a questionar-se a brutalidade das praxes e das instituições académicas que autorizam tais práticas.
O debate foi lançado: qual o caminho a seguir? Proibir ou ignorar?
Como proibir é sempre o fruto mais apetecido, parece não ser este o melhor caminho a seguir e ignorar, está fora de questão, uma vez que as imagens e histórias que vamos tendo conhecimento, passaram a ser práticas de humilhação, de agressão física e psicológica, é por isso urgente tomar medidas enérgicas e capazes de acabar com este pesadelo.

Com a explosão de universidades e institutos que apareceram nos últimos anos, com elas nasceram também novas praxes, na sua maioria deprimentes, que nada têm a ver com o espírito original, que servia sobretudo como porta de entrada para a rotina académica. Não a rotina da praxe em si, mas como uma brincadeira que daria a conhecer colegas mais velhos, colegas esses, que serviriam, depois de uma brincadeira inicial, de orientadores e facilitadores da integração de uma nova e difícil fase da vida.

Como pode uma Instituição de Ensino ser conivente com rituais patéticos de iniciação maçónica baseados na humilhação, na brutalidade e no terror?! Espero que os pais das vítimas não se deixem levar [pelas 'ondas' de compaixão, mais ou menos institucional] e que esta tragédia sirva para punir severamente todas as Instituições de Ensino que possuam praxes académicas, sob pena de serem encerradas. Querem tradição? Querem fazer bem à sociedade? Façam voluntariado!
Morreram agora seis alunos levados por uma onda que não se mostrou piedosa com a juventude destes estudantes, que nunca irão cumprir os seus sonhos ou os sonhos que os seus pais depositaram neles.
Quantas mais vítimas serão precisas, para que os responsáveis tomem uma medida eficaz e definitiva?

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ser Feliz...

Passamos pelas coisas sem as ver;
Gastos, como animais envelhecidos
Se alguém chama por nós, não respondemos
Se alguém nos pede amor, não estremecemos
Como frutos de sombra sem sabor
Vamos caindo ao chão, apodrecidos

Eugénio de Andrade

Quando li este poema de Eugénio de Andrade, fiquei a pensar como nós, seres humanos, somos tão distraídos e não enxergamos as coisas mais simples da vida sem as complicarmos.
Nunca percebi porque é que coisas simples se transformam em grandes complicações... provavelmente não vou obter aqui a resposta... Se não complicássemos tanto a nossa e a vida dos outros, não seríamos todos mais felizes? E digo isto pelas mais variadas razões e afinal o objectivo continua a ser o de “ser feliz”
Em conversa com uma amiga minha, perguntei-lhe qual a sua noção de felicidade, o que a fazia feliz?
A resposta foi que a felicidade é um estado passageiro e que provavelmente não haveria uma felicidade duradoura... que a natureza e que todos os seus elementos que acarretam uma "energia positiva" são o que podem desencadear o sentimento de felicidade.
Esqueceu-se de falar das pessoas... engraçado como as pessoas nem sempre entram na ideia de "serem felizes" umas das outras!
São opiniões é certo, coisas pessoais, formas de ver e viver a vida, mas fiquei a pensar... afinal onde param as pessoas no ideal que temos (e tenho) sobre o "ser feliz"? Serão a família, aqueles a quem amamos e ainda os amigos, será tudo isso em conjunto que nos ajudam a alcançar essa felicidade? Então porque há tanta insatisfação? Tanta (in)felicidade?
Será que a felicidade está num gesto de carinho seja de quem for, numa palavra agradável mesmo de um desconhecido, num sorriso depois de termos feito algo errado, quem sabe se não será mesmo esse conjunto de factores que façam uma pessoa sentir-se valorizada, estimada, importante no seu meio diário e essa felicidade passe a ser uma realidade?
Estaremos assim tão desacreditados nas pessoas que já nem valorizamos nada disto? Mesmo com a fé diminuída, penso cada vez mais nas pessoas que buscam o sentido de “felicidade” nas grandes coisas materiais, como uma boa casa, um carro, férias no estrangeiro, muito dinheiro no Banco, mas mesmo esses que têm tudo isso, acabam por se sentirem vazios…
Não serão pequenos gestos no dia a dia, em especial de quem gostamos, que nos fazem sentir amados, queridos e talvez seja essa a parte mais importante para ser feliz?!
Um sorriso vale por mil palavras, tal como um olhar ou um gesto e na medida certa provocarão a quem dirigidos uma sensação de bem estar, talvez a tal felicidade seja passageira...
Quantos de nós tivemos oportunidade de senti-la e de permitir que alguém seja agraciado por ela e passamos ao lado?
Quero coisas simples, quero preto no branco sem rodeios, quero entender e fazer-me entender... Não quero complicar nem perder o momento de "ser feliz" e quero saber aproveitar a minha oportunidade para fazer outras pessoas felizes…
Será que é pedir muito?

domingo, 8 de dezembro de 2013

Dinheiro...

Num jantar de amigos, perguntei ao padre franciscano que estava sentado ao meu lado, sobre as dúvidas dos crentes – o dinheiro acima de todas, claro.

- «Por que raio tantas pessoas ignóbeis, mesquinhas e pequenas têm tanto dinheiro? – perguntei eu - e por que raio de desígnio, Deus condena gente cumpridora e generosa a ter tão pouco?»…

De todos os assuntos práticos, apostei que essa era a pergunta mais inquietante e à qual não encontro lógica.

Desarmante e certeiro, o franciscano respondeu descontraído:

- «Se as pessoas vissem o dinheiro como uma provação, a pior de todas, as que Deus nos pode colocar no caminho, talvez pensassem de outra maneira».

Há quem viva em função dele, quem o ponha no topo das suas prioridades e faça tudo para o ter; há os que não têm jeito nenhum para o ganhar e os que se queixam da falta de sorte; os que vão roubando; os que têm o dom de o multiplicar e aqueles que o partilham com quem precisa.

Independentemente de razões, motivos ou sensibilidades, a verdade é que a frase 'o dinheiro não é tudo' é uma treta normalmente saída da boca de quem nunca precisou ou de quem nunca lhe sentiu a falta.

A vida é feita de momentos e, de facto, o dinheiro não é tudo... Mas ajudava, e muito, quem não o tem!